sexta-feira, 8 de abril de 2011

ACABOU O CARNAVAL ACABOU O DIVERTIMENTO?


Se assim for, somente em julho haverá algo de interessante na cidade.
Por M.Lino

Acabou o carnaval. Estamos no período da Quaresma. Que saudade do furdunço! Não significa o fim da picada. No entanto, em se tratando da cidade de Óbidos, guardo algumas reservas.
A Quaresma é a época em que a sociedade obidense se divide em duas classes distintas: de um lado estão os frequentadores assíduos das celebrações cristãs, de outro os célebres simpatizantes do Calçadão da Fama.
Ainda não é o juízo final a colocar à direita os eleitos e à esquerda os maus. Trata-se de falta de opções. Ou o cidadão se enquadra em uma dessas classes ou fica deslocado. Após a “cremação do Pai da Pinga” a coisa ficou ainda pior. Procura-se um lugar onde ir e não se encontra, um programa cultural, sim porque o carnaval é a maior expressão cultural na cidade, e já que acabou não há outra escolha. Acabou o carnaval acabou a diversão? Se assim for, somente em julho haverá algo de interessante na cidade. Não pensemos assim. Vejamos como nem tudo está perdido. Há o futebol nos finais de semana no estádio Arizão. É a melhor oportunidade para atualizar o repertório de palavrões. Bom, fora isso... não há mais o que fazer na cidade. A não ser encher a cara no boteco mais próximo. Geralmente é a opção preferida dos jovens, infelizmente. Por isso, há muito tempo a cidade não revela nenhum craque de futebol.
De forma discreta, o transcendente grupo de teatro Getsemani prepara o espetáculo sacro sobre a paixão e morte de Jesus Cristo. Tive a grata oportunidade de diversas vezes assistir o trabalho desses artistas que representam a maior expressão da arte cênica na cidade. O espetáculo merece aplausos, os atores e organizadores também. Mas, depois que acaba a Semana Santa, ao que parece, o grupo desencarna e passa a ter uma vida totalmente alheia. Pelo menos não temos mais notícias de outro trabalho de vulto quanto o da Quaresma.
Poderia ser diferente. Poderia e deveria. Quando o poder público falha, como é o caso da falta de apoio a grupos de teatro amador, cabe à população tomar a iniciativa. Aqui o conceituado grupo, como protagonista, promoveria momentos de cultura com mais apresentações, e de quebra revelaria talentos. A população agradeceria.

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