Sérgio de Andrade 30/ 07/ 2008
Por que ninguém ouve meu grito
Por que sou obrigado a calar
Retalhações eu tenho sofrido
Quando eu me ponho a gritar.
A Amazônia é a ambição de todos
Todos a ela volvem o olhar
Na verdade este meu lamento
Um dia alguém vai escutar.
Pois a chamada "pulmão do mundo"
Caminha em rumo incerto
A exploração desmedida
Já está de nós aqui bem perto.
Extinção de animais;
Desmata-se as centenárias
Peixe, insetos, e suas histórias
Se perdem e isto, é diário.
Entre nós está a soja
Que é riqueza de poucos
E nós olhando a derrubada
De gentes que parecem loucos.
Os rios sendo assoreados
O Matim já nem assovia
Os minerais explorados
Pessoas escorraçadas.
De seus lugares de origem
Sem terem direito a nada
Vem inchar as periferias
De uma vida desregrada.
A poluição do ar
Das águas e dos alimentos
As doenças parecendo que vem através do vento
É preciso que acordemos
Pra este triste momento.
Minerais e soja extraídos
Nem ficam no nosso estado
Enriquecem outros países
Deixando a gente lascado.
Sou amazônida nato
Não posso me conformar
Com a desgraça do Laguinho
Do Batata ou do Jará
Quando os homens forem embora
É o que pra nós vai sobrar.
Por isso irmãos
Nesta hora
É o que nos causa insônia
Se deixarmos como está
Tudo isto vai acabar
Então adeus Amazônia.
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